Quando a gente ama, a gente blefa.
Mas na verdade,
você tá fudido numa mesa de poker prestes a fazer a aposta errada.
Ela me ofereceu um cigarro e eu fumei por educação.
Eu quase disse, querida, eu te amo.
Mas só olhei pro quadro do Monet e fiz
um comentário óbvio pra ganhar tempo.
Você me lembra a Sônia,
rainha, amazona, filha de Deus e de Maria.
Moleca descalça correndo pela avenida, sozinha,
sem rumo,
sem medo da vida.
Foi aí que eu conheci o mundo atrás da esquina.
Que o amor quanto mais bate, mais te ensina.
Você poeta é consertar meu coração em qualquer oficinho.
Mas não me leia como se eu fosse um poema.
Não me trate assim.
Sônia, o que houve com seus sonhos?
Ao que temes mais que a solidão?
Traz um filho e toda a perspicácia do signo de escorpião.
Mas não me leia como se eu fosse um poema.
Não me trate assim.
Quem me viu assim?
Um circo sem lona.
Quer saber de mim?
Que pegue carona.
Resolvi cantar pra vocês o que eu aqui escrevi.
Me vieram com sambinha,
não sei sambar,
então eu cantei.
Resolvi cantar pra vocês o que eu aqui escrevi.
Me
vieram com sambinha,
não sei sambar,
então eu cantei.
Hoje eles me perguntam por que eu vivo assim.
Oh amor,
a vida chama e eu vou no sapatinho.
Hoje eles me perguntam por que eu vivo assim.
Oh amor,
a vida chama e eu vou no sapatinho.
Não me chame pro sambar.
Por que eu não sei sambar?
Não me chame pro sambar.
Por que eu não sei sambar?
Vou-me embora cedo.